HISTÓRIA DA MOEDA - 10 BANQUEIROS E FALSIFICADORES

É comum considerar-se a moeda sob o ângulo de suas funções de unidade de conta, de forma de pagamento e de reserva de valor. Padrão de medida para o conjunto dos bens trocados, a moeda gera um espaço social homogêneo, onde todos possuem a mesma referência para avaliar seus créditos e suas dívidas.
Na Europa, esse espaço se afirmou no século XVI no interior das diversas fronteiras nacionais, e a moeda levou ao exterior a bandeira de cada nação. Instrumento do pagamento, a moeda também fez circular a mercadoria. O desenvolvimento espetacular da produção e das trocas nessa época é, no entanto, geralmente associado ao crescimento da massa monetária sob a forma, ao mesmo tempo, de papéis comerciais e moedas metálicas fabricadas com os metais vindos da América.
Reserva de valor, por fim, a moeda implica uma concepção particular da temporalidade, que permite contornar a angústia existencial. O tempo torna-se o suporte dos projetos do homem, não pertence mais totalmente a Deus. O século XVI europeu é. uma época de tomada de consciência da moeda como capital, testemunhada pelos debates sobre juros dos empréstimos, o ajuste dos créditos e a origem das altas de preços, inclusive a venda de indulgências.
Parece, portanto, que a moeda cumpriu bem suas funções, e contribuiu para a consolidação dos laços sociais na Europa do Renascimento. Mas toda moeda tem seus dois lados: a moeda é também um conjunto de forças centrífugas de aquisição e rejeição. E essas agitações foram ainda mais acentuadas pela duplicação da população da Europa durante o Renascimento.
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