HISTÓRIA DA MOEDA - 07 A ÁREA DE CIRCULAÇÃO DAS MOEDAS-CONCHA

Até o século XVI, o nzimbu, nome congolês da Olivancillaria nana, circulava no reino do Congo, enquanto a marginela se limitava à bacia do Níger e o cauri difundia-se na região que constituiria posteriormente a África Ocidental e, em certa medida, na África Central.
Entre o século XVI e o final do século XIX, do Senegal a Uganda, do Sahel à Costa dos Escravos (Golfo da Guiné), o cauri foi mais difundido que qualquer outra moeda-concha. Mas foi pouquíssimo utilizado no Saara e jamais chegou a se implantar na África do Norte ou na África Austral.
Esse período marca também o apogeu da circulação das marginelas nas Áfricas Ocidental e Central, onde eram utilizadas pelas etnias da bacia do Congo em suas transações comerciais.
Já as olivas, sempre utilizadas exclusivamente pelos bantus, parecem jamais ter circulado fora das fronteiras congolesas. Para arruinar os reis do Congo, os portugueses trouxeram das costas brasileiras outras espécies de olivas, além de cauris do oceano Índico. Dessa forma, paulatinamente o nzimbu foi retirado da circulação monetária.
Os portugueses exportaram ainda olivas de Luanda e introduziram-nas como moeda fracionária, juntamente com os cauris, no tráfico de escravos negros do Brasil colonial.
As conchas não eram simples objetos de troca, pois possuíam todos os atributos das verdadeiras moedas. Como padrão e reserva de valor, constituíam à sua maneira instrumentos de câmbio e eram um símbolo de riqueza.
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